sábado, 20 de dezembro de 2008

Principios AIKI

Workshop dos princípios AIKI
Descrição: Experiência pratica dos princípios das Artes Marciais.

Objetivo:

Passar uma visão moderna, simples e objetiva da aplicação dos princípios das antigas Artes Marciais japonesas, visando que os alunos experimentem diretamente e sem riscos estes princípios em diversas situações.


Requerimentos dos alunos:
Prévia inscrição no local do evento.
Não apresentar problemas físicos crônicos.
Roupa e calçado cômodo.
Maiores de 14 anos.






veja as respostas às perguntas mais comuns clicando -> aqui.

Princípios AIKI

  • Sentir o próprio CENTRO, o equilíbrio mente-corpo centralizado no ponto gerador de energia do corpo o HARA.
  • Se concentrar no "aqui e agora".
  • Manter o CENTRO sempre.
  • O corpo segue a mente. Primeiro é a intenção, e logo o corpo vai
    atrás.
  • Encontrar a abertura na guarda do adversário.
  • A continuidade do movimento só é possível, existindo a mesma continuidade na mente.
  • Se fosses empurrado, cede e logo vira. Se fosses puxado, deixa-te levar e vira.
  • A vitória real se obtém antes ainda de iniciar o confronto.
  • Obter o melhor resultado com a menor quantidade de força e movimento.
  • O verdadeiro inimigo e o verdadeiro aliado, somente existem dentro de nós mesmos.
  • Não se concentrar em parte nem ação nenhuma, a atenção deve
    flutuar livremente de uma coisa para outra sem nunca parar.




Programa:

  1. Abertura, apresentação do instrutor e dos alunos
  2. Descrição dos objetivos
  3. A Disciplina
  4. Hara, perceber o próprio CENTRO
  5. exercício deitado
  6. Zazen, exercício sentado
  7. Qi-Gong, exercícios respiratórios
  8. Aiki-Taisho, exercício em movimento
  9. Suki - Abertura da Guarda
  10. Irimi Tenkan - Entrar e Virar
  11. Marubashi - Ponte de Vida
  12. Kihon - Técnicas
  13. Gyaku Nikkyo - técnica após ser pegado
  14. Zanshin - Atenção flutuante
  15. Iriminage - técnica antes de ser pegado
  16. Técnicas contra múltiplos atacantes
  17. Fechamento e conclusões finais

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Apresentação do instrutor e dos alunos
Cada um dos participantes, incluindo o professor que inicia os depoimentos, se apresentam,destacando seu nome, profissão, experiências que considerem relacionadas, as razões pelas que se matricularam neste workshop e que conhecimentos pretendem tirar dele.
nota: Se algum dos participantes não deseja falar pode simplesmente passar a palavra para o seguinte na fila.

Descrição do objetivo do wokshop:

Permitir que os participantes experimentem direta-mente um "modelo de resolução de conflitos" baseado em princípios extraídos das Artes Marciais em geral e mais específica-mente numa delas chamada Aikido ( do japonés: AI=união Ki=energía Do = método, "Método da união com a energía" ) utilizando também exercícios e modelos do Yoga indiano, Qi-Gong chinês e a meditação Zen japonesa .

Depois de treinar vamos tentar explicar (o que não é tão fácil assim), e para isso vamos nós auxiliar com metáforas dos contos Zen, da esgrima japonesa mas sobre todo, e até com pequenas explicações matemáticas como o Teorema de Gödell sobre "a impossibilidade de qualquer método (incluindo as ciências "duras" como a matemática ) para demonstrar todos seus postulados, embora estes sejam evidentemente certos....."

Experimentar um modelo de conhecimento para resolução de conflitos, sejam estes "empresa-clientes", "chefe-funcionário", "vestibulando-universidade", "Marido-Mulher", "Pai-Filho", "Agressor-Agredido", num espaço protegido, seguro e com regras claras.

É impossível ensinar um arte completo, muitas vezes embora se utilizem décadas de trabalho para isso, mas podemos sim, estudar um modelo simples para aplicar em nossas vidas ou atividades diárias, este humilde propósito é o objetivo básico deste workshop.


A disciplina

Não vamos trabalhar com roupa especial nem com distinções hierárquicas e vamos abrir mão das regras de etiqueta que sempre rodeiam o ensino de Artes Marciais.

Isso não significa que não exista nenhuma regra de conduta.
Para conseguir que todo o grupo possa atingir os objetivos do workshop, num espaço pequeno de tempo e por sobre tudo, evitando acidentes, vamos a seguir somente uma regra:

"Fazer EXATAMENTE o que o instrutor solicitou fazer, perguntando sempre que ter uma dúvida e não improvisar salvo no caso que a improvisação seja especificamente solicitada como parte da técnica"


HARA - Sentir o próprio centro.

Em todo o workshop vamos buscar conhecer e sentir a experiência de harmonizar partes que imaginamos opostas.

Buscar um estágio onde mente e corpo agem com o mesmo objetivo e na mesma direção, equilibradamente.

Para encontrar o equilíbrio e necessário ter um centro, um ponto inicial desde donde partem tanto nossos movimentos como nossos pensamentos, atitudes e sentimentos.

Vamos começar pelo ponto mais fácil de descrever: o físico

Nos corpos sempre existe um "centro de gravidade" este é o lugar específico do corpo por onde passam todas as forças que agem sobre ele o que são provocadas por ele mesmo.

Se o centro de gravidade está equilibrado, todo o corpo também o está.


Nas figuras geométricas ele sempre é bastante fácil de encontrar, por o simples fato de somente nos basear na forma para encontrar ele.



Com nosso corpo as coisas são um pouco distintas por que nele, além da forma "entra em jogo" a massa, ou seja a distribuição física da matéria, que em nosso corpo é variável e influenciada pela postura, pelas tensões musculares e pela circulação de fluidos.

Quando estamos numa postura correta, com o corpo totalmente relaxado (o que implica uma mente relaxada) e respirando corretamente, nosso centro de gravidade fica exatamente no local onde ele tem que ficar de acordo a nossa forma física e posição.

Nessa situação nosso corpo está em equilíbrio o que implica que nossa mente (que constante e inconscientemente procura esse equilíbrio) também está estável.

Os processos mentais inconscientes, como a manutenção do equilíbrio são afetados pelos nossos sentimentos e pensamentos, ou seja se nosso inconsciente tenta constantemente recuperar a posição certa de equilíbrio, parte de nosso poder de atenção vai diminuir pelo simples fato que "nosso computador central" está parcialmente ocupado em resolver uma tarefa de um "nível mais alto", ou seja, o re-estabelecimento do equilíbrio.

Para fazer que o centro de gravidade real se coloque em seu "posição exata" precisamos então de "consciência corporal" para sentir e modificar nossa posição e nossos movimentos (incluindo a respiração que mexe para todo nosso abdômen e nosso peito) mas para ter "consciência corporal" precisamos ter nosso centro bem colocado.........

Para colocar bem nosso centro precisamos respirar calma e corretamente, mas para isso precisamos ter uma boa postura que somente se obtém mediante uma boa respiração........

Para obter uma coisa, precisamos de outra que a sua vez precisa da anterior para ser atingida......

Isso nos leva para um paradoxo.

A maioria dos sistemas de meditação nos pedem que fiquemos quietos e relaxados sem pensar em coisa nenhuma, mas embora o ambiente seja calmo e não existam fontes de distração por perto, o fato de pensar em não-pensar é pensamento, e se nossa mente está procurando conseguir alguma coisa, não temos equilíbrio!!

Chegado este ponto, observamos a primeira grande diferencia entre os sistemas de conhecimento ocidentais modernos (a lógica como prioridade) e os métodos antigos que priorizam a experiência pura, pessoal e inexplicável.

Quero neste ponto, fazer a questão que não é tão assim, e que os sistemas mais avançados de conhecimento ocidental, como a física quântica e relativista, assim como os estudos de vários matemáticos do princípios do 1900 também demonstraram ter muitos pontos em comum com as antigas conclusões obtidas em oriente,pela simples experimentação própria.

O fato é que muitas coisas "evidentemente reais" não podem ser demonstradas pela lógica e nosso sistema simbólico científico.

Assim vai ser nosso trabalho de hoje, vamos fazer muitas coisas que não vamos poder explicar nem antes nem depois como foram feitas, mas vamos fazer elas!!!

E já que descartamos que a lógica seja nosso ponto de partida, vamos tentar realizar nosso descobrimento do próprio centro e sua colocação no local certo utilizando outras ferramentas, a respiração e a imaginação.

A imaginação por ser o motor que nos leva agir, independentemente que a lógica "não aceite", e a respiração por ser um dos poucos processos inconscientes que podem ser parcialmente controlados pela consciência (você pode respirar mais rápido ou parar de respirar por uns segundos...)

Vamos então para nossa primeira pratica na que tentaremos encontrar nosso "HARA" (centro) nas melhores e mais fáceis condições possíveis.

Para isso vamos utilizar um método de relaxamento baseado no Yoga.


Encontrar nosso centro, sozinhos, quietos e deitados no chão.

Nos deitamos no chão olhando para o teto com os pés separados aproximadamente pela distância que separa nossos ombros.
As mãos ao lado das pernas tentando que a maior quantidade possível de nosso corpo esteja em contato direto com o chão numa posição cômoda e prazerosa.

Fechamos os olhos e começamos a inspirar lenta e continuamente pela nariz imaginando que o ar entra em nosso corpo e vai baixando pelo peito e costas fazendo "abrir o peito" primeiro e logo inchando a barriga como uma bola, indo a se estacionar e acumular num ponto localizado uns 4 dedos debaixo do umbigo entre nossa pélvis e nossas costas ( a metade de nosso corpo ).

Mantemos uns 3 segundos o ar nesse local e logo começamos expirar pela boca, suavemente (sem fazer barulho) como si fora um pequeno e constante "fio de ar" realizando o processo oposto de inspirar, imaginamos o ar sair desde nosso centro, a barriga desce, o peito "se fecha" e o ar sai projetado constante e suavemente pela boca, imaginamos também que vai longe, longe longe......
Até ficar quase sem ar, nesse momento ficamos 2 ou 3 segundos sem fazer nada e o processo reinicia...
nota: não levar a expiração ou o inspirar até limites onde nos sintamos afogados, a idéia e conseguir um fluxo cada vez mais constante e profundo e devagar de entrada e saída do ar, sem sobressaltos nem quebras violentas do ritmo.
Agora vamos tentar manter este ritmos respiratório mas vamos focar nosso pensamento no seguinte modelo:
Inspiramos pensando que o ar entra por nossas mãos, pés e pelo topo da cabeça e vai entrando pelos músculos até o centro.
Mantemos 2 segundos.
Expiramos imaginando que o ar sai por mãos, pés e cabeça e vai longe, a medida que imaginamos o ar circulando desde nosso HARA para as saídas vamos relaxando todos os músculos que sintamos tensos, na barriga, as costas, os ombros, pernas e especialmente os músculos da cara.

Por ultimo tentamos esquecer o controle respiratório (embora tentemos que o ritmo e a profundidade se mantenham de forma automática) e nos concentrar na força de gravidade, devemos sentir como essa força atrai todo nosso corpo para o chão, devemos sentir o peso de cada parte de nosso corpo, a atração da terra.

Após este ultimo passo, abrimos muito devagar os olhos e nos sentamos bem devagar, perceber, como as coisas parecem mais brilhantes e como nossa atitude mudou.

Os que assim o desejem, poderão fazer perguntas ou comentar suas sensações.

"Experimentamos o nosso próprio CENTRO, o equilíbrio mente-corpo centralizado no ponto gerador de energia do corpo o HARA."


ZAZEN - Unificação sentados


Nos sentamos no chão numa posição cômoda equilibrada, onde podamos ficar aproximadamente 5 minutos sem nos mexer, pode ser a posição sobre os calcanhares típica das Artes Marciais, ou Loto, meio-loto do Yoga ou Zen ou simplesmente com as pernas cruzadas, mas procure uma posição onde considere que poderá ficar perfeitamente quieto durante os próximos 5 minutos.

O queixo tem que estar ligeiramente retraido (esticando os músculos da nuca) e a cabeça formando uma linha reta até o HARA que estará o mais perto do chão possível.

Temos que sentir que todo o peso do corpo descansa apoiado em nosso CENTRO.

Os olhos semi-fechados olhando um ponto aproximadamente 1 metro adiante de nossos joelhos no chão.

A mão esquerda descansa sobre a mão direita, com os dois polegares tocando-se suavemente num ponto, formando os dois dedos uma linha reta, os antebraços descansam sobre nossas pernas de um jeito que nossas mãos fiquem exatamente diante de nosso HARA.

nota: Se não pode encontrar uma posição sentada onde possa ficar 5 minutos se se mexer, pode fazer em pé,mantendo a postura reta, a nuca esticada e os braços pendurados e soltos.

Vamos iniciar a respiração inspirando pela nariz imaginando o ar entrar ate nosso centro e logo expirando suavemente pela boca, vamos tentar fazer que este processo seja o mais devagar possível.

Mas vamos agregar um novo componente,a postura.....
Além da respiração vamos nos concentrar sempre na postura, isto é, não se mexer além de pequenos movimentos para reajustar constantemente nossa postura para não perder a posição dos polegares, mãos, cabeça, queixo e costas retas.

Ou seja toda nossa concentração estará no "aqui e agora".

Vão passar pensamentos como nuvens constantemente pela sua cabeça, não lute contra eles, deixe-los passar e naturalmente eles irão embora.
Mas você não sei vai com eles....
Você fica, sempre concentrado na sua postura e respiração.

Tente sentir como se você fosse uma pedra jogada no jardim, absolutamente imóvel, e com atenção para todo o que o rodeia (ruídos, cores, sensações, etc.) mas sem deixar que nenhum estímulo tire você da sua concentração na postura, respiração e sensibilidade do Hara.

Muitos livros de Zen falam que este exercício, se é bem feito, provoca a sensação de estar integrado ao tudo, sem mexer-se, avaliar, calcular ou lembrar,atento a todo mas não fixo em coisa nenhuma.

A sensação não tem que ser de sonho, senão de atenção extrema, se uma explosão acontecera ao seu lado você não se deveria assustar nem mexer, deveria manter sua atitude e concentração sempre.

"Manter o CENTRO sempre."

Após terminado este exercício e recomendável não se parar rapidamente (inclusive pelo fato que seus músculos estarão, muito provável-mente "adormecidos" e se mexer provocará dor.
Descruzar lentamente as pernas, esticar suavemente os músculos e aos poucos tentar se levantar e dar uns passos tentando manter a sensação de conexão e unificação atingida no zazen, se não tem nada importante para perguntar ou falar melhor se manter em silêncio pelo menos até todos terminar o exercício.


QI-GONG - Exercícios respiratórios parados e com movimento.

Assim como o exercício anterior estava baseado na prática do zazen utilizado na meditação Zen japonesa, este exercício tem seu origens no sistema de controle energético chinês chamado de "Qi-gong ou Chi-Kung" e adaptações destes exercícios que misturados a outros vindos dos métodos de "limpeza interna" (Misogi) típicos de seitas shintoístas, que são bastante utilizados no inicio das aulas de várias Artes Marciais, especialmente no Aikido.

Neste estágio é importante estar ciente de mais uma condição, que de fato é uma das razões pelas quais este workshop funciona bem somente trabalhando com grupos e não é recomendado para fazer sozinho, é a HARMONIA, vai ser preciso que estejam atentos (além das sensações internas, respiração e postura) aos movimentos do instrutor tentando se mexer exatamente igual que ele e exatamente a mesma velocidade.
Feito isso todos estaremos respirando no mesmo ritmo.

Parados comodamente com os pés separados aproximadamente a mesma distância entre nossos ombros, tentando manter a postura reta das costas no exercício anterior e concentrados em nosso CENTRO e os braços pendurados sem tensão nenhuma ao longo de nosso corpo , iniciamos a inspirar pela nariz enquanto vamos elevando muito lentamente ambos braços e estirando todos os músculos do corpo.
Nota: Ao chegar ao topo da extensão dos braços, tentar estacar mais um pouco ainda (super-extensão) tentando esticar,agora, não somente os braços senão também os músculos do abdômen, os das pernas, peito e pescoço.

Ao chegar a extensão máxima de todo o corpo, esperamos 1 ou 2 segundos e começamos o movimento descendente expirando suave e continuamente pela boca.

Ao ir baixando os braços, deixar que os músculos se relaxem, simplesmente caindo pelo efeito da gravidade iniciando pelo pescoço, ombros, peito e por último o abdômen, onde tentaremos empurrar para embaixo nosso Hara (lembrar, 4 dedos embaixo do umbigo, no meio do corpo) até completar a expiração completa, esperamos 1 segundo e iniciamos todo o processo novamente.
nota:Lembrar que é importante que todos levemos o mesmo ritmo, marcado pelo instrutor, durante todo o exercício.
Vamos fazer 3 tipos de execícios levantando os braços de jeitos diferentes, o ritmo respiratório é sempre o mesmo, mas no primeiro se tentam esticar os músculos do abdômen, no segundo "abrir o peito" e no terceiro empurrar o centro para embaixo.Em todos eles é fundamental sentir o trabalho das vértebras que ficam exatamente no fim das costas (lombares)

Estes exercícios, se bem feitos, provem de uma clara sensação de união mente-corpo através da respiração.



AIKI-Taisho / Irimi-Tenkan - Movimento de entrar-virar .

Para entender este exercício, além da técnica (que vai ser corrigida na mesma execução), vamos ter que explicar brevemente alguns conceitos básicos das Artes Marciais e do Zen de origem japonês.

Ante uma agressão externa temos duas opções válidas: lutar ou fujir
Supondo que esta agressão nos pegue desprevenidos, é bastante difícil de processar por nossa consciência, sendo que geralmente, senão temos experiência real, nos vemos obrigados a agir sem segurança, com a metade de nós tentando fujir e a outra metade tentando reagir.

Este tipo de não-ajuste entre nossa mente e nosso corpo é chamado de "Suki" que pode ser traduzido como "abertura na guarda".


SUKI - A primeira abertura é psicológica.

"O corpo segue a mente, primeiro e a intenção, e logo o corpo vai atrás, se queremos governar a direção em que se mexe um adversário, primeiro devemos mudar sua intenção e seu corpo seguirá ela"

Quando provocamos um "Suki" no oponente, o corpo dele fica "confundido" entre o que pensava fazer (golpear nossa cabeça, por exemplo) e corrigir sua distância ou foco ou simplesmente fujir, mas o corpo segue a "lei da inércia" e continua seu movimento mas já sem unificação entre a intenção original e o desejo atual.


Provocar essa abertura deve ser nosso primeiro objetivo e para isso devemos estar numa situação de "atenção flutuante" (Zanshin) que vai ser o último passo de nosso workshop.

nota: Percebam, como se repete constantemente o fato de para fazer uma coisa devemos dominar uma outra coisa que pela sua vez depende da primeira....., mas não desanimem, treinando se consegue!!

Para conseguir abrir um "suki" na concentração de nosso adversário, precisamos de "timming" (nós mexer no tempo justo), distância (ma-ai), técnica (kihon) e por sobre tudo, estratégia que é o que estamos tentando definir agora.

Quando um outro nos ataca, inconscientemente espera que tentemos fujir ou retroceder para nos defender, ele não espera que nossa resposta seja ir diretamente para o centro dele....
Esse entrar, um linha reta, direto na direção dele é chamado no Aikido de IRIMI (Entrar no japonês)


IRIMI-TENKAN - Entrar e Virar


O Aikido como quase todas as Artes Marciais japonesas foi muito influenciado pelo ZEN que também originou muitos comportamentos "esquisitos" em outras artes originais do Japão, especialmente no "Shodo" que é a caligrafia dos ideogramas japoneses feita com tinta sobre um "papel de arroz".
Quando você tenta escrever sobre este tipo de papel usando pincel e tinta, ao apoiar ele sob o papel, este rapidamente "suga" a tinta, fazendo se não se mexe rápido uma feita mancha bem extensa.

Por isso, para dominar esta arte o primeiro movimento que se ensina é chamado de IRIMI, e é a técnica para "entrar com a tinta no papel, sem provocar mancha" este movimento deve ser absolutamente seguro e preciso (onde você duvide, aparecerá a mancha) e deve continuar fluida-mente, sem parar.

"A continuidade do traço somente é possível existindo a mesma continuidade na mente.... Isso é IRIMI."


Mas, se nós entramos direto na direção da fonte do ataque, vamos ser atingidos por ele.

Por isso, depois de IRIMI, com a prontidão de "uma faisca ao bater duas pedras" se realiza o TENKAN (do japonês, virar).

Nesse exato momento no qual o atacante percebe que "seu foco mudou" mas, pela mesma inércia de seu movimento e da sua intenção, não pode parar, viramos 180 graus ficando exatamente ao lado dele olhando o mesmo que ele olha, na sua mesma direção evitando assim que ele bata em nós e por sobre tudo "tendo o mesmo ponto de vista dele".

Estes movimentos existem somente emparelhados IRIMI-TENKAN é nossa ferramenta entre a geração do "Suki" e a aplicação da técnica mesma.
Para treinar este movimento usaremos o exercício de Aiki-Taiso.

Parados com as costas bem retas, respirando desde nosso centro, com o pé esquerdo adiantado e suportando ele aproximadamente um 70% do peso do corpo, colocamos o olhar na frente nos concentrando na visão que está diretamente frente a nós.
Os braços ao lado de nosso corpo pendurando livremente de nossos ombros.

Quando o instrutor conta:

Dar um passo, bem em linha reta com a perna de atrás ( a direita neste exemplo) avançando sem mudar a altura de nosso corpo (como si tivéramos um teto justo na altura do topo de nossa cabeça), colocamos o 70% do peso na perna adiantada, e apoiados nela viramos 180 graus para esquerda, levando a perna de esse lado, diretamente para atrás , até ficar na mesma posição do inicio , mas virados 180 graus e com as pernas invertidas.

Os braços se mexem "como pesos mortos" pendurados naturalmente dos ombros, chegando a se enrolar e desenrolar naturalmente no corpo.
nota: O movimento de tenkan deve ser como um compasso traçando um semicírculo, onde a perna direita e a ponta cravada no papel e a perna esquerda é a ponta com o grafite que traça o semicírculo.

É muito importante a "atitude mental" em todo este processo, além de manter a sensação do nosso HARA (centro) e a respiração e postura, devemos nos concentrar direta e absolutamente no que temos na frente, esquecendo totalmente o que fica em nossas costas ao virar.....

Este exercício permite nos concentrar diretamente num ponto, mudando instantaneamente ao virar 180 graus é um exercício de coordenação mente-corpo, pensamento-movimento e de adaptação instantânea para novas condições e também um jeito de sentir que o gerador natural de movimento e potência de nossos corpos é o HARA.

Vamos repetir dezenas de vezes este movimento, nos concentrando também na HARMONIA do grupo, nos mexendo todos juntos ao mesmo tempo (seguindo a contagem do instrutor) .

Marubashi - A ponte da vida
O próximo passo é repetir este exercício mas enfrentados a um passo de distância de um outro companheiro. Parado em posição "de espelho" ou seja, ambos com a mesma perna adiantada como se for o reflexo de um espelho.

Ao contagem do instrutor fazemos IRIMI, e então vamos ficar quase cara como cara com nosso companheiro, tendo a imagem que sua cara aumenta de tamanho até ocupar todo nosso campo visual e nossas barrigas se tocam levemente.
nota: aqui é imprescindível levar o corpo totalmente reto, por que se não antes que nossas barrigas se toquem, nossas cabeças vão bater e nós machucar assim também nossos braços devem estar relaxados e pendurados para não bater com os do companheiro.

No momento em que nossas barrigas ficam em contato, ambos fazemos o TENKAN inter-cambiando nossas posições e ficando novamente a um passo de distância frente a frente mas cada um ocupando o lugar que o companheiro tinha ao começar.

Este exercício é originário do Ken-Jutsu (Arte da espada japonesa) e muitas vezes é descrito assim:

Imaginem dois guerreiros separados por uma espada de distância, ambos com guarda em espelho, sobre uma delgada ponte de 30 centímetros de largura que une dois topos de montanhas sobre um abismo.

Se um deles decide atacar o unico caminho é tomar o lugar do outro, para não cair.
Se retrocede, com certeza vai ser novamente atacado e ferido.
Se avança diretamente tem 50% de opções de sucesso (supondo igualdade de condições técnicas entre os oponentes)
Se tenta ir para os lados para esquivar e contra-atacar, vai cair...

O unico caminho para os dois (em igualdade de condições) possam executar seu golpe, sem cair nem ferir ao outro e ficar novamente com a mesma guarda em posições invertidas é o Irimi-Tenkan como foi descrito acima....


KIHON - a técnica
Até agora, treinamos e estudamos os princípios de reconhecimento do próprio centro e geração de energia "KI", abertura da guarda "suki" e Irimi-Tenkan e manutenção da distância (ma-ai) todos conhecimentos baseados na postura, respiração e auto-controle, vamos agora a experimentar estes e outros princípios com um companheiro fazendo o papel de "adversário" e tentando realizar uma técnica determinada que conserve e estenda os princípios Aiki.

nota: Vamos a aprender e treinar duas técnicas do Aikido adaptadas para que sejam fáceis de fazer e não tenham riscos de machucar o companheiro é muito importante, de aqui em adiante, seguir as instruções do professor exatamente e tirar todas suas dúvidas com ele no casso de não ter certeza na compreensão exata do que foi explicado.
Vão trabalhar em parelhas e cada qual com seu ritmo, podem perguntar para o instrutor para que ele demonstre para vocês qualquer parte do movimento ou para tirar suas dúvidas.



Gyaku Nikkyo - Técnica depois de ser pegado pelo adversário "A pressa do Gato".
O instrutor aqui, vai fazer uma demonstração explicando a origem histórica desta técnica usada pelos samurais quando alguém mais forte que eles tentava segurar seu pulso para impedir que ele tirasse sua espada da bainha.
Vamos especialmente a marcar a necessidade de utilizar outro princípio importante nas Artes Marciais:

"Se fosses empurrado cede e logo vira, se fosses puxado deixa-te levar e vira"

Muito usado especialmente no Judo.
Também falaremos das conexões deste princípio com a teoria taoista chinesa do "Ying-Yang".

Execução:
Definimos em cada parelha que vai ser o atacante (uke), e quem vai ser o defensor (nage, quem faz a técnica).

Os dois se param frente a frente a um passo de distancia com o pé direito adiantado ( guarda "espelhada")

Uke pega o pulso direito do nage com sua mão direita.

Nage com sua mão esquerda segura os dedos da mão direita de uke fazendo "um sandwich" entre sua mão e seu antebraço.

Nage vira sua mão direita por embaixo do braço de uke até pegar o pulso direito do uke.

Após isso, relaxa seu corpo, tenta "sentir a intenção do uke" e confere que suas mãos estejam justo na linha de seu centro.

Depois de conferir o passo anterior, simplesmente vai descendo suas mãos mantendo a idéia e a sensação de ter seu centro sobre o eixo horizontal que formam os braços dele junto com os de uke que por sua vez faz pressão sobre o centro de uke que fica embaixo do eixo.

nota: Este movimento que pode parecer muito difícil é na realidade muito fácil de natural de se fazer, qualquer que tenha um gato de estimação e tenha brincado com ele, sabe que um movimento típico dele (é característico de todos os felinos) é colocar sua pata sobre nossa mão, bloqueando assim a capacidade de movimento dela, e ao mesmo tempo levando sua cabeça na direção do braço, para morder. Muitas vezes, fiamos assombrados do difícil que é tirar a mão de embaixo da pata do pequeno gato, e isso é por que os animais utilizam os princípios do controle do centro de forma automática, utilizando comportamentos e movimentos apreendidos e especializados em séculos de evolução.

Nage está fazendo uma coisa que ele já sabe fazer desde menino: somente lembrar o que ele faz quando corta um pedaço de carne no prato ao almoço, com o garfo segura a carne (a mão que segura os dedos "em sandwich") e com a faca, faz pressão descendente a fim de cortar um pedaço (a mão dele que pega o pulso de uke).

Basta olhar para um menino que ainda esteja apreendendo a usar os talheres, quase sempre ele faz muita pressão sobre o cabo da faca e não pode "enviar a força" para a ponta da faca, assim ela não corta.

Com o tempo ele vai aprendendo, relaxa a pressão sobre o cabo da faca (fazendo somente a força necessária para segurar-la na sua mão), relaxa seu ombro , e consegue colocar o peso na ponta da faca, que ao ser mexida, corta.

Em nosso exemplo, nage coloca seu peso sobre o centro do uke "esmagando" ele.

Este princípio de "esmagar o inimigo" tem uma explicação bem legal no "Livro do cinco anéis" um antigo ensaio do herói nacional japonês , o samurai Miyamoto Musashi que depois de uma vida cheia de combates e mortes chegou a madurez e escreveu este livro que ainda hoje é estudado como um manual de estratégia e filosofia.

O objetivo mais elevado de um guerreiro, segundo ele, é esmagar completamente o inimigo, antes ainda de iniciar o confronto...
Ou seja sempre ganha quem ganha antes ainda de iniciar, fazendo pela sua postura e disposição que o inimigo desista de combater e sinta-se derrotado antes de lançar seu primeiro ataque.

"A vitória real se obtém antes ainda de iniciar o confronto"



nota: geralmente, quem ataca (uke) sofre de bastante dor sobre o pulso nos primeiros testes de uke para fazer a técnica, por isso é importante que estejam atentos e relaxados, assim como não fazer movimentos bruscos que possam machucar o pulso de uke ou seu joelho ao seu abaixado com muita velocidade. Lembrar que estamos somente buscando "conectar nosso centro com o centro do outro" e isso deve ser feito devagar , com relaxamento e sensibilidade, sendo que a velocidade de realização da técnica somente deve ser aumentada gradualmente a medida que nossa sensibilidade ao movimento e a resposta do nosso parceiro sejam experimentadas por ambos.

Chegado a esse ponto vamos experimentar várias opções:

Como podemos segurar ao uke sem fazer quase nenhuma força ou movimento?

"Obter o melhor resultado com a menor quantidade de força e movimento"


A diferencia entre "dor no pulso" que funciona somente pela força e "tomar o centro" que funciona sempre.

Como pegar o pulso corretamente?
Experimentaremos uma forma de pegar o pulso do outro de um jeito que nos permita segurar sem fazer força demais, mais atentos a "perceber" através do contato as intenções do outro que a bloquear seus movimentos baseados na força.
Um manual de esgrima dizia que se devia empunhar a espada como se pega na mão um passarinho, "com a força suficiente para que ele não fuja, mas sem esmagar ele dentro de nosso punho"

"Os verdadeiros inimigos e aliados, somente existem dentro de nós mesmos"


A compreensão experimental que somos nossos mesmos quem
impossibilitamos que a técnica funcione
, especialmente pelo fato de
colocar tensão no ombro, braço e costas coisas que não permitem ter
sensibilidade e por sobre todo, "conectar" com o centro do outro.


Vamos executar e experimentar esta técnica desde varias posições e situações distintas.

Depois que todos tenham experimentado a técnica tanto como atacantes (uke) como defensores (nage) e tenham alcançado um razoável domínio dela, vamos passar a estudar outro tema, mas baseados nesta mesma técnica mudando o foco.



ZANSHIN - Atenção flutuante.

Onde colocar a mente (o pensamento, a concentração) enquanto fazemos uma técnica?

Nos centramos nas explicações do instrutor em nosso corpo, no atacante, fixamos os olhos nele?

Todas estas dúvidas já existiam nas antigas escolas de espada japonesas três séculos atrás.

O fato é que se nos concentramos numa coisa determinada perdemos a concentração nas demais....


A resposta sempre foi:

"Não se concentrar em nenhuma parte nem ação, a atenção deve flutuar livremente de uma coisa para outra sem nunca parar nem deixar-se levar pelos acontecimentos..."

Este tipo de concentração que não se fixa nas coisas, que atende todo na medida que elas acontecem, adaptando-se as circunstâncias é chamada nas Artes Marciais de Zanshin.

Vamos experimentar ela agora, treinando a técnica anterior mas com outro foco.

Tanto uke como nage vão respirar agora assim:

Inspirar claramente pela nariz enquanto não exista movimento.

Uke inicia o movimento (pegar o pulso de nage) começando por uma expiração fina, devagar e contínua pela boca.

Nage também inicia a expiração enquanto vai fazendo a técnica, continua toda a técnica até o final expirando suavemente.

Ao terminar a técnica nage solta o pulso de uke e ambos voltam para a posição de guarda, frente a frente todo isto feito com uma mesma expiração devagar (sem "pulos") seguida "a risca" tanto por uke como nague.

Ao estar novamente frente a frente em guarda e parados, uke novamente inicia o processo mas agora de inspirar, até que novamente decida atacar iniciando com a expiração.

Como quase sempre este exercício é mais difícil de explicar que de fazer.....

A regras fundamentais a seguir são:

  1. O ritmo respiratório é governado pelo atacante (uke)
  2. Enquanto não temos movimento inspiramos.
  3. Enquanto exista movimento expiramos.
  4. Uke e nage levam exatamente o mesmo ritmo respiratório.
  5. O fluxo respiratório deve ser contínuo é devagar e fácil de perceber para nosso companheiro.

O que procuramos é estabelecer um ritmo próprio para cada parelha, por isso quem ataca e quem defende vão manter seus postos pelo menos até atingir uma serie completa de 5 técnicas completas sem perder o ritmo respiratória e recém aí mudam de atacante para defensor.

É necessário sentir o ritmo"

nota: Este exercício tenta regular o ritmo respiratório de dois pessoas distintas, que possuem com certeza, distintas capacidades pulmonares, por isso tem que encontrar qual deles tem o ritmo respiratório mais acelerado (isto é quem aguenta menos tempo) e ambos trabalhar no ritmo em que ele esteja cômodo (sem se afogar).
A técnica deve ser feita rapidamente para não estender demais o período de expiração, assim como não se deve falar, nem interromper o fluxo da técnica (não tem sentido agora, parar para corrigir o parceiro, simplesmente tem que se adaptar ao movimento dele, acompanhar-lo)

Iriminage - Técnica antes de ser pegado pelo adversário.
Continuando na linha de estudo de técnica vamos agora treinar um movimento que utiliza o movimento de irimi-tenkan estudado antes.

Em parelhas, definimos que ataca (uke) e que defende (nage).

A um passo de distância os cada um com o pé direito adiantado, uke avança na direção de uke tentando pegar a mão direita dele ou bater no topo da sua cabeça com sua mão direita.

Nage faz irimi-tenkan (entrar-virar) como foi treinado antes terminando o movimento ao lado do atacante, na mesma posição que ele, olhando na mesma direção.

A posição onde nage fica é o limite da "visão periférica" do uke, isto é uke percebe no final do seu ângulo de visão a presencia do nage, mas para focar nele vai ter que virar levemente o corpo ou pelo menos virar levemente a cabeça.

Nage nesse mesmo instante se desloca ainda mais na direção das costas do uke pegando ele com os dois braços sobre os ombros dele ou com um braço nas costas (detrás da nuca ) e outro apoiado no peito.

Nessa posição deslocar nosso corpo para atrás apenas meio passo provocando o desequilibro do uke que ficará "quase caido sobre o nage".
Nesse estado com muito pouco esforço (o mínimo para manter nosso peso sobre o centro de uke) e muitos pequenos deslocamentos para manter o desequilibro dele, vamos conseguir segurar completamente uke numa posição onde não possa reagir e sem causar danos a ele.

Depois de atingido um mínimo da mecânica desta técnica, vamos repetir o treinamento focado no ZANSHIN como fizemos na técnica anterior.


As técnicas contra múltiplos atacantes
Esta será nossa última experiência neste wokshop.
Primeiro o instrutor vai mostrar , e logo, um por um os participantes serão atacados pelo resto do grupo todo.

O nage se coloca no meio do grupo que o rodeia completamente mantendo-se a 1 passo de distância dele sempre e atentos para não deixar "furos" no círculo que deve rodear e fechar completamente a nage durante toda a execução da técnica.

Quem fique na frente do nage atacará primeiro tentando pegar o pulso da mão adiantada de nage.

Nage executa alguma das duas técnicas treinadas (gyaku nikkyo ou iriminage) tentando manter os princípios de controle do centro e irimi-tenkan como se o atacante atual fosse o unico no mundo.

Mas, tem todos os demais....

Assim que nage solta seu primeiro atacante, que fique na frente dele ataca (sempre o mesmo ataque, pegar o pulso da mão adiantada) e nage deverá aplicar alguma técnica nele.

Assim numa espiral constante nage vai fazendo entradas-viradas aplicando técnicas e virando constantemente como se for as aspas de um ventilador mexendo-se constantemente e fazendo com que os atacantes sejam impelidos para fora ao tocar nele.

Não se pode parar nem 1 segundo, não se pode corrigir, não podemos ficar presos a um atacante nem ao desenvolvimento de nossa técnica por que "tem outros na fila dos atacantes"

Vamos também tentar aplicar "estratégias" como tentar furar o círculo dos atacantes, usar como escudo um atacante baixo nosso controle, passar entre dois deles, executar um potente e inesperado grito (KIAI), ou atacar nossos atacantes antes mesmo que eles ataquem (ATEMI) para tentar conseguir "sukis" ou seja "buracos na guarda" tanto do cada atacante como do grupo completo.

Teríamos nesse estágio, que ter a capacidade de visualizar todo o grupo (incluindo-nos) de acima, como si estivera-mos olhando desde o teto o que acontece embaixo.

Teríamos também que sentir todo o grupo como "uma coisa sozinha" sentindo o CENTRO do grupo e tentando que esse centro sempre esteja virando ao redor de NOSSO CENTRO.

Este trabalho será repetido por cada um dos participantes (por um tempo determinado pelo instrutor) do grupo até todos haver realizado sua experiência no meio.


Conclusões finais:

Os participantes percorreram um caminho que partiu de um desejo de conseguir experimentar certos princípios teóricos para chegar a experimentação real desses princípios.

Em menor ou maior grau cada um deles comprovou que para resolver esses paradoxos, pelos quais parece, que todo o que temos que fazer depende sempre de outros conhecimentos que somente se podem experimentar se dominamos o problema inicial.
"um cão perseguindo seu próprio rabo"

Mas conseguimos provar que existem jeitos para quebrar este círculo vicioso, embora num princípio e desde qualquer análise lógico parecesse impossível.

A resposta é experimentação direta.

Isso é o que podemos salvar e aprender das antigas Artes Marciais e dos métodos como Yoga ou meditação ZEN.

Acho que inclusive todas as ARTES percorrem esse caminho e preenchem um vazio que a lógica e a ciência não podem solucionar.

É muito importante que lembremos destas experiências de hoje, por que cada um de nos poderá aplicar-las , embora seja somente como fonte de criatividade, a seus Artes e atividades profissionais, familiares ou sociais.

Fazendo que estas experiências continuem evoluindo e ajudando a mais gente a obter seus desejos e as sociedades a ser mais equilibradas e justas, como o tem feito até hoje.

Por favor, lembrar especialmente nosso último treinamento onde todos nos atacavam.

Tentamos e conseguimos enfrentar essa massa como "uma coisa sozinha" encontrando sue centro e trabalhando com ele como se for o centro de uma pessoa sozinha.....

Esse método pode ser muito utilizado e estendido para pensar e agir com outros modelos como:

  • Encontrar o Centro de uma empresa.
  • Perceber a intenção de um amigo.
  • Manter a distância justa com seus clientes.
  • Cultivar a harmonia da família.
  • Fazer irimi-tenkan com o destino.
  • Conduzir ao chefe olhando o que ele olha.
  • Compreender a competição colaborativa.
  • Lidar com esse exame que não conseguimos superar.
  • Como resolver conflitos fazendo desaparecer o inimigo.
  • Apoiar nossa saúde, respirando corretamente, com uma boa postura e sabendo "fazer desde o Centro"
  • Utilizar o princípio do KI substituindo a força bruta.
  • Treinar guardas, seguranças e policias para controle e transporte de detentos com segurança e sem provocar danos neles.
  • Sistemas de treinamento baseados na saúde para a terceira idade.
  • Sistemas de treinamento fechados para grupos laborais.
  • Treinamento em controle para professores/as de escolas e pessoal de transporte.

e muito mais..............

Para estas e várias outras situações os princípios Aiki nos podem prover de um novo modelo onde experimentar nossa criatividade para resolver problemas que parecem impossíveis pelos caminhos padrão.

veja as respostas às perguntas mais comuns clicando -> aqui.

nova janela/aba com materiais (apresentação, livro e programa ) -> aqui. (requer senha para acesso)


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sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

1 - BUDO - Desenvolvimento histórico das Artes Marciais

Resumo:

Definição de Artes Marciais e um análise das razões que possibilitaram seu vigência através dos séculos e que hoje fazem delas um excelente sistema educacional alternativo.


Principais temas tratados:

* Sócio-biologia, desde a idade de pedra - Teoria da evolução das espécies.
* Teoria do Gene egoísta - Richard Dawkins.
* Os repicadores e as máquinas de sobrevivência.
* A cultura, um replicador muito especial.
* Condições para a sobrevivência dos replicadores.
* Desenvolvimento do Budo (Artes Marciais) e razões de sua vigência através do tempo.
* As lutas existem desde o inicio da história.
* Os clãs e seus ensinamentos secretos.
* Ocidente pode ter sido a origem das Artes Marciais.
* Oriente e Ocidente duas formas distintas de entender a morte.
* Ocidente vence, mas fica admirado com a cultura japonesa.
* Japão e a guerra comercial.
* Experiência japonesa com as Artes Marciais.
* As Artes Marciais no resto do mundo.



Sócio-biologia, desde a idade de pedra.

Desde os mais antigos documentos históricos encontrados, a luta forma uma parte inseparável do acervo cultural e social de todas as espécies na terra.
Durante muito tempo se falou da luta pela sobrevivência, baseando-se na teoria da evolução das espécies desenvolvida por Charles Darwin.


Esta teoria postula o fato que todas as espécies vão mudando geneticamente e adaptando seus comportamentos, formas e habilidades.

Só as que na concorrência com outras espécies triunfam, se projetam para as novas gerações, cada vez mais numerosas, de acordo ao sucesso conseguido na tarefa de sobreviver.

Não vamos estender sobre esta teoria básica, senão sobre um dos desenvolvimentos modernos que se basearam nela, e que é conhecida popularmente como Teoria do Gene egoísta

desenvolvida pelo prestigioso biólogo Richard Dawkins.


Nela se propõe, que o desenvolvimento dos seres vivos sobre a terra foi e é baseado na multiplicação de uns organismos primitivos chamados os primeiros replicadores.

Que todas as formas de vida que se desenvolveram (incluídos os humanos mesmos) não são mais que máquinas de sobrevivência desenvolvidas por estes replicadores.



Os repicadores.

Eles têm uma vida quase eterna (passam sem mudanças de uma geração à seguinte) e que não possuem uma inteligência no sentido que nos, humanos, damos para ela.


Possuem a habilidade, desenvolvida através de milênios de existência, de gerar as maquinas que os contêm (uma ameba, um cão, um homem) e pelas quais se deslocam no espaço, no tempo e principalmente, se perpetuam no tempo.

O mundo nesta teoria não tem nada de angelical, nem nada de demoníaco, simplesmente é como é.

Desde o começo se postula que não é o altruísmo (fazer coisas em desmedro próprio para ajudar a um ou muitos de minha espécie) o que perpetua às espécies, senão o egoísmo total e absoluto dos replicadores.

Esta teoria dá respostas a muitos interrogantes que a biologia não era capaz de provar satisfatoriamente e explica muitos comportamentos supostamente altruístas como o caso das formigas.



Elas formam uma ponte sobre a água com seus próprios corpos afogados para que o resto do grupo possa passar sobre elas com seus carregamentos de materiais e comida.

Este comportamento não é aceito como altruísta senão como egoísta no nível dos replicadores.

Como toda teoria científica não deve ser extrapolada para tirar conclusões filosóficas sem conhecer primeiramente sua abrangência e seu alcance.

Mas é impossível evitar, à medida que se avança em sua leitura, a sensação de um mundo onde a regra é o egoísmo e onde a perfeição da vida é só uma construção mecânica para a sobrevivência dos genes.



As idéias na cultura, um replicador muito especial.

Atento a que é quase impossível evitar às deprimentes idéias que nos gera o estudo desta teoria, seu autor, abre uma porta à esperança.

Explica que a máquina de sobrevivência chamada ser humano foi dotada de consciência de si mesmo a diferença do resto da vida sobre a terra.

Este tipo de inteligência gerou a Cultura, que poderia ser tomada como um novo caldo de cultivo para um novo tipo de replicadores que ao igual que os genes procuram e conseguem se perpetuar.

Estes novos replicadores não têm uma existência física e só vivem dentro da maré cultural que forma o interagir das inteligências comunicadas dos homens, estes novos replicadores são as idéias.



Condições para a sobrevivência dos replicadores.

Mas para perdurar a parte do egoísmo, são necessárias várias outras ações em formas de regras, dentro da teoria, se propõe que para que alguma coisa se perpetue no tempo, deve se cumprir que:

1 - Os replicadores devem ter uma alta taxa de fecundidade.

2 - As cópias geradas (replicadas) devem ser o mais parecido possível ao original.

3 - Os replicadores devem ser o suficientemente longevos como para se replicar em quantidade.

É de notar que, por exemplo, uma idéia que tem perdurado no tempo, é a do Deus monoteísta dos Judeus que se perpetuou, formando milhões de pessoas que cresceram numa filosofia Judeu-Cristã através de milhares de anos.

Vamos analisar que esta idéia cumprecom as regras dantes mencionadas

1 - Se cumpre por proibir o controle de natalidade com o qual a taxa de fecundidade historicamente foi alta.

2 - Cumpre-se por ter o livro isto é a Bíblia, escrita e respeitada que fez que as idéias e usos se transmitissem de uma geração à seguinte da forma mais fiel possível.


3 - Cumpre-se pela proibição de suicidar-se e de matar que rege nestas religiões.



Desenvolvimento do Budo e razões de sua vigência através do tempo.


Budo, de aqui em adiante, representa qualquer tipo de treinamento psicofísico que parta das premissas de treinar as formas e os comportamentos num combate, físico, desportivo, real ou simulado.

Desde seus inícios o homem combate por seu sustento, sua comida, sua moradia e seu espaço em general, isto motivou que também se fossem desenvolvendo com o tempo, lutas pelo poder.


As lutas existem desde o inicio da história.

Não importa o lugar físico nem a cultura, as lutas foram se desenvolvendo e se refinando de acordo ao desenvolvimento e requinte das sociedades em que se desenvolviam.

O homem como animal de físico pequeno e características fisiológicas não tão dotadas para a luta como outras espécies (grandes mamíferos e felinos especialmente), desenvolveu a estratégia como valor agregado que o diferenciava e fazia superior aos animais mas dotados.

Construiu ferramentas, aprendeu a manejar seus instintos, a atacar quando lhe convinha, e a se ocultar ou fugir quando o considerava necessário.

Com o decorrer do tempo, foi posicionando-se como o mais perigoso animal sobre a terra.

Em pouco tempo, dominado o risco que implicava o meio ambiente, começaram as lutas entre eles mesmos, e ao ter defronte um adversário de similares características físicas e intelectuais, a luta foi se refinando, a força bruta começou a ser anulada por meio das estratégias inteligentes de combate e adaptação ao meio.

Os homens dividiram-se em clãs, e estes lutaram internamente para obter o poder dentro do grupo e externamente para conquistar a outros clãs.


Os clãs e seus ensinamentos secretos.

Estes conhecimentos foram transladando-se de geração em geração e deram lugar a ensinos secretos para obter poder dentro do clã (comportamento, política, governo e administração do poder e os meios) e dominar a outros clãs (disciplina, tecnologia, exércitos, estratégia).

Dentro de cada clã foi formando-se uma classe guerreira encarregada de controlar aos dissidentes internos, defender aos poderosos dos ataques externos e conquistar outros para dar mais poder aos dirigentes do mesmo grupo.

Desde aproximadamente mediados do século XIX, começaram a interagir mais freqüentemente os dois grupos maiores da humanidade, Oriente e Ocidente.



O Ocidente pode ter sido a origem das Artes Marciais.


Os ocidentais tinham desenvolvido suas artes guerreiras por meio do antigo boxe grego (pankration), e a luta com espadas, massas, arcos e catapultas da idade média, a cavalaria, e principalmente, pelo uso da pólvora e o desenvolvimento de armas de destruição em massa.

Pistolas, fuzis e canhões, permitiam matar de longe, sem ver a cara do atacado, sem sentir nem seu hálito nem seu sangue, com muito menor comprometimento da sua integridade física, resguardada pela distância desde onde se atacava.

Este jeito de brigar era socialmente aceitado, em ocidente e em todos seus sistemas religiosos e filosóficos, a idéia de matar a outro ou se fazer matar, era socialmente muito mal vista (além do natural instinto de sobrevivência) mais se a luta era para impor o bem ou para defender nossos seres queridos dos bárbaros e seus costumes, a guerra era socialmente aceita.

Isto gerou uma separação entre as guerras simuladas, para entretenimento cidadão (olimpíadas, xadrez, boxe, luta livre, etc.) da organização militar e policial, especializada em promover meios tecnológicos que procuram infringir a maior quantidade de mortes possíveis ao inimigo da forma mais rápida e cirúrgica possível.



Oriente e Ocidente duas formas distintas de entender a morte.

Em oriente, a pólvora conhecia-se desde muito antes e era usada fundamentalmente em fogos de artifício Chineses.

O conceito da morte, não era o princípio fundamental de seus sistemas filosóficos (taoísmo, confucionismo, xintoísmo, zen).

Em todos estes sistemas o enfoque e o modelo eram muito mas holísticos e integradores, pondo como bem supremo, a harmonia, o comportamento e a forma, se tinha que morrer, morrer aqui e agora e era mas importante uma correta forma de matar ou de morrer que viver indignamente.

Principalmente, o crescer dentro de um sistema filosófico que tem como mais alto referente à natureza fez que se criasse uma responsabilidade individual mas direta, com respeito aos atos e decisões próprias, a lei do karma faz-nos responsáveis ante nós mesmos de nossos próprios atos sem que apareça a idéia de um Deus que julga nossas ações.

A distância filosófica entre culturas pode ser conferida no seguinte exemplo:

O caráter chinês para descrever uma árvore é idêntica ao da palavra madeira, isto significa que para um chinês a árvore É madeira.

Em qualquer linguagem ocidental existem duas palavras diferentes para estes dois objetos (árvore e madeira), por que para um ocidental, a árvore É FEITA DE madeira, o é feita, significa que alguém o fez (neste caso está subjacente a idéia de Deus).

Os ocidentais através de nossa busca tecnológica avançamos num caminho de des-humanização na que o homem é cada vez mas uma máquina, e matar máquinas é tão aceitável como no passado foi matar infiéis ou bárbaros.

Para os orientais matar era válido por outras razões, por exemplo, a honra, e dentro de seu sistema de castas, deviam defender um código de honra que impregnava todos seus atos.

Não existia inconveniente nenhum que um Samurai cortasse a cabeça de um camponês, se este último não tinha baixado o olhar ante ele, mas o corte devia ser feito aqui e agora e depois, continuar com seu passo normalmente, como se nada tivesse acontecido.




Ocidente vence, mas fica admirado com a cultura japonesa.


Nos confrontos modernos entre japoneses e ocidentais, estes últimos ficaram maravilhados do valor e disciplina que demonstravam os guerreiros do Japão, mas isto não impediu que esmagassem eles com seu enorme poder tecnológico-bélico, ambas as sociedades aprenderam, mediante o derramamento de sangue, alguma coisa da outra.

Os ocidentais a procurar as razões que permitiam a valentia absolutamente desapaixonada dos orientais e estes últimos a não ignorar a tecnologia como base de seus projetos.



Japão e a guerra comercial.

Muito especialmente os japoneses, transformaram a guerra no comércio mundial globalizado, os clãs em empresas, os guerreiros em gerentes e as armas em produção.

Para isso, basearam se em seus antigos textos e conhecimentos e trouxeram novamente à tona as artes Marciais, o livro dos cinco anéis e a arte da guerra entre outros textos para dirigir as novas estratégias comerciais.

E foi-lhes muito bem, tanto que em EEUU e Europa de começaram a estudar as técnicas orientais de produção.

Geralmente se ignorava à indústria japonesa por que se dizia, que só eram capazes de copiar e que não tinham o talento necessário para criar nada novo.

Existe um episódio que ilustra muito bem este último fato:

Uma empresa fabricante de relógios Suíça, enviou-lhe num envelope a uma indústria similar japonesa um pequeno fio perfeitamente torneado, de largo aproximado à milésima parte do diâmetro de um cabelo.

Numa semana, a indústria suíça recebeu num envelope o mesmo pequeno fio com a indicação que o revisassem num microscópio, ao fazer encontraram que os japoneses tinham feito um buraco perfeitamente circular ao longo do capilar, convertendo-o num inverossímil tubo.

Mas os japoneses não copiavam somente, passado um período onde obtiveram o coração da tecnologia, começaram a criar, e dominaram o mundo, sendo hoje parte do famoso grupo dos sete como se conhece às economias mais desenvolvidas do mundo.

Somente há que pensar que para mediados do século 1900, Japão estava vencido militarmente, destruído fisicamente, avariado em sua economia e quebrado na sua moral, desta forma se pode apreciar em toda sua magnitude, o incrível sucesso que tiveram ao longo destes últimos 50 anos.


E não esqueçamos que tudo isto se conseguiu utilizando o princípio de Kihon herdado das antigas artes Marciais, mas atualizado com inteligência no tempo.



Experiência japonesa com as Artes Marciais

Calcula-se que aproximadamente pelo ano 1200 de nossa época, se começaram a armazenar e codificar dentro de um clã dirigente, os primeiros métodos de combate que foram conhecidos com o nome de Bu-Jutsu ou seja Artes de Guerra.

Seu principal mentor foi um especialista em medicina e geral de então que se dedicou a estudar os sistemas musculares e articulares de cadáveres e a recriar as técnicas de luta, de acordo com seus novos conhecimentos anatômicos e fisiológicos.


Estas técnicas foram transmitindo-se secretamente dentro de cada clã dirigente e evoluindo mediante o método de prova e erro, por esse então, guerras não faltavam, é os que faziam técnicas incorretas ou inúteis, não costumavam viver o suficiente como para transmitir suas técnicas a seus sucessores.

Os que possuíam boas técnicas sobreviviam mais tempo (longevidade), estudavam com maior atenção as técnicas que lhes ensinavam (fidelidade na cópia).

Ao viver muitos anos e seguir numa posição econômica e de poder importante, tinham muitos filhos e governavam grandes clãs (fecundidade).

É de observar que se cumprem as três condições para a o sucesso dos replicadores citadas ao princípio deste capítulo.

Através das gerações a arte foi-se provando e refinando e encontrou-se que a forma mais eficiente de combater, não era a força bruta, que muitas vezes cedendo avançava-se, que a flexibilidade e adaptabilidade costumavam triunfar ante a dureza e as idéias preconcebidas.

A arte foi gradualmente mudando seu nome para Ju-Jutsu ou Aiki-Jutsu que significam A arte guerreira da suavidade ou da harmonia, respectivamente.

Os conceitos eram cada vez mais delicados, procurava-se unir-se ao adversário, para anulá-lo, centrar o movimento conjunto resultante sobre o centro próprio, desenvolver a energia interna, não se apegar a nada nem a ninguém, não ter propósitos e muitos conceitos do mesmo tipo nascidos da união da filosofia Zen com as Artes Marciais.

Todo este desenvolvimento seguia exclusivamente em mãos da aristocracia dirigente, de seus guerreiros e longe do povo, que de fato tinha proibido o uso da típica espada samurai conhecida com Katana.

É importante fazer notar que a casta guerreira samurai não só se encarregava de guerrear com outros clãs, senão que era a encarregada dos assuntos internos isto é, funcionava como polícia e coletora de impostos ante os camponeses.

Estes últimos foram desenvolvendo técnicas a mão nua (Kara-Te) e utilizando suas ferramentas de trabalho (Ko-Bu) de forma tal de poder defender-se dos samurai.


Em seus confrontos os camponeses temiam à espada samurai (que uma vez tirada da bainha implicava uma morte quase segura) e os samurai das tomadas por surpresa de um ou mais camponeses que lhes impediam tirar sua espada, com o qual se encontravam a graça das rudes mãos, pés e ferramentas de trabalho adaptadas para à luta (alavancas, remos, paus de transporte, moedoras de arroz).

Isto gerou nos camponeses e nos samurai, uma série de técnicas, algumas para poder tirar sua espada estando tomados e outras para impedir ser pegos, baseadas na flexibilidade, a atenção contínua (zanshin) e o relaxamento, pondo as bases do que a futuro de conheceria como judo.


O famoso princípio: se puxam de ti, te deixa levar, se te empurram, deixa passar.

Se diz que esta frase foi criada por um médico e estudioso das artes Marciais que via como a neve acumulada nos galhos das árvores mais duras, terminavam quebrando eles, e como os flexíveis suportavam a neve até o limite da sua flexibilidade e depois a deixavam cair, voltando, descarregadas a sua posição habitual como se nada tivesse acontecido.



Esta foi a última grande mutação das artes Marciais, onde o vocábulo Jutsu (artes guerreiras) foi substituído por Do (caminho do conhecimento).


Experiência no resto do mundo

Tudo o anteriormente dito para Japão, conceitos mais ou menos, se deu também em China, Coréia, Vietnã e Tailândia, com variações de acordo aos tipos fisiológicos mais gerais em cada geografia (os países ou áreas com gente mas alta, desenvolveram mas o uso das pernas, e os mas pequenos o uso dos punhos).

Criando ao dia de hoje uma impressionante lista de artes Marciais que compartilham origens similares, embora hoje, estão totalmente diferenciadas nas suas técnicas, usos e metodologias.

Em Oriente

Índia e Paquistão: Silat

China: Kung-Fu (em todos seus estilos), Tai Chi Chuan.

Japão: Jujutsu, Judo, Karatedo, Aikido, Kobudo, Kendo, Iaido

Coréia: Taekwondo, Hapkido, Sipalkido

Vietnã: Viet-Vo-Dao

Filipinas: Muay Thai

Em Ocidente

Grécia: Pankration e lutas varias

Inglaterra: Boxe

Itália e outros: Esgrima

Brasil e angola Capoeira

Rússia Sambo

França Savate

EEUU e Europa Full e Ligth Contact, Kick Boxing

















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