quinta-feira, 12 de março de 2009

Que são as Artes Marciais?


Quando nos referimos às "Artes Marciais" (pelo menos neste site) estaremos falando de sistemas de treinamento físico e mental que visam modificar nossa personalidade de um modo tal que nossa mente e nosso corpo consigam agir em concordância, unificados na busca de um objetivo.

Estas Artes, podem ser baseadas em sistemas religiosos, de treinamento em lutas ou meditação.

Podem ter suas raízes na Grécia, na China, no Japão, Índia, Brasil, Espanha, Itália, EEUU ou em qualquer lugar do mundo.

Podem estar fixas no passado ou evoluindo bem longe de seus origens.

Podem ser baseadas na figura do antigo mestre chinês, do samurai do Japão ou em heróis bem ocidentais como "O mestre de esgrima" do escritor espanhol Arturo Pérez-Reverte, ou a história da França do "Cyrano de Bergerac".

Em todos os casos, são sistemas de treinamento, baseados em regras de conduta e moral que vão além das estratégias nos campos de batalha, para se propor como completo "jeitos de viver".

Temos a costume de somente catalogar como Artes Marciais às que tem suas raízes no oriente com seus códigos de comportamento registrados em livros como o Bushido e o Hagakure de Japão ou "A Arte da Guerra" da China.

Mas os fatos, descobertos pelos antigos guerreiros do oriente, não são muito diferentes dos descobertos por outros guerreiros nos países do ocidente e também registrados como os códigos dos cavaleiros.

No filme "O último Samurai" do ano 2003 fica bem claro como os valores profundos são igualmente reconhecidos e apreciados entre um tradicional samurai do japão e um capitão do exercito americano, muito além das diferentes costumes que cada um deles tem por pertencer a culturas tão diferentes.

A valentia, a honra e o enfrentar a morte de cabeça erguida não são virtudes exclusivas do oriente, assim como a eficácia, o planejamento e a busca do triunfo não são exclusivas dos ocidentais.

Esses "reconhecimentos de iguais" além das camadas externas também pode ser apreciado no filme Amadeus de Milos Forman do ano 1984.
Nele dois ocidentais, pelos finais do 1700, de camadas culturais e sociais bem diferentes se reconhecem no fato que os une: a qualidade e o amor pela musica.

No livro "O Zen na Arte do tiro com arco" também é retratado o descobrimento de "tudo o que tem por trás das Artes Marciais e o Zen" por parte de um típico cidadão ocidental moderno.

Faz muito tempo, um colega de treinamentos me falou que ele não treinava Artes Marciais para ganhar uma briga de rua qualquer, senão para poder manter a calma na suposta situação de estar num avião onde o piloto informara que "a máquina está com problemas".

Os antigos guerreiros perceberam com clareza que para poder ser vitoriosos em situações onde perder significa morrer, deviam poder enfrentar até a morte sem ficar nervosos, assustados ou agitados.

A tranqüilidade para viver a vida, sabendo que ela não é para sempre, e sem negar a existência dos problemas é um "efeito colateral" que desenvolveram alguns antigos guerreiros.

Com o passar do tempo essa "visão" da vida, foi considerada tão importante quanto as estratégias de luta propriamente ditas.

Esse "reconhecer a morte" para saber viver a vida foi a conseqüência, não procurada diretamente, dos sistemas que visavam treinar guerreiros altamente capacitados.

Hoje em dia, não lutamos mas "corpo-a-corpo" e é muito mais provável morrer por complicações decorrentes do estresse que numa batalha ou guerra.

Inclusive no Japão mesmo as antigas Artes de Luta (Jutsu) foram modificadas, revigoradas e exportadas para ocidente como sistemas educativos (Do), assim o Ju-Jutsu se transformou, por exemplo, em JuDo.

O conhecimento, treinamento e educação da personalidade através de sistemas de estratégia, treinamento físico e mental e respeito a valores profundos são os chamados "efeitos colaterais" tão valiosos hoje, como o foram no passado.

O conjunto destes métodos, estudos, escolas são o que chamamos neste site de Artes Marciais.






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