quinta-feira, 26 de março de 2009

Princípios do Aikido aplicados na Medicina

Uma matéria na que se descreve como um médico de 81 anos com experiência de longa data na Arte Marcial Aikido, criou e está aplicando um método para mexer pessoas acamadas em fazer esforço demais e sem provocar danos ao executor nem à pessoa acamada.


Da Folha de São Paulo de hoje: (26/03/2009)

SAÚDE

Aikido funcional

Método baseado em arte marcial ensina a mover e transferir pessoas acamadas usando pouco esforço, o que previne lesões nos cuidadores e dá mais segurança aos pacientes

FLÁVIA MANTOVANI
DA REPORTAGEM LOCAL

Cuidar de uma pessoa acamada é um desafio por vários motivos. Um deles, que pode passar desapercebido, é a força física exigida para movimentar e transferir o paciente. Mudá-lo de posição na cama, ajeitá-lo na cadeira ou levá-lo para o banho são gestos cotidianos que, se forem feitos de forma inadequada, podem gerar problemas posturais e lesões por esforço repetitivo nos cuidadores.
Ao observar essa dificuldade, o fisioterapeuta francês Paul Dotte, 81, criou um método que se propõe a prevenir o problema. Praticante de aikido desde a juventude, Dotte criou, em 1961, sequências de movimentos mais ergonômicos baseadas nessa arte marcial oriental.
Assim como o praticante de aikido usa a energia de seu atacante para controlar suas ações com o mínimo esforço possível, no método Dotte o cuidador usa o peso do próprio paciente na hora de mexê-lo.
"Percebi que os movimentos dos cuidadores eram inadequados e que, consequentemente, os pacientes ficavam prejudicados", afirmou Dotte à Folha, por e-mail, na semana passada.
Referência em sua área, ele foi diretor por 18 anos da escola de fisioterapia do hospital universitário de Montpellier (França) e foi membro da diretoria das federações francesa e europeia de fisioterapeutas.
Além de dar segurança ao paciente, o objetivo do método é reduzir os danos e as lesões de quem o manipula, que podem ser tanto enfermeiros, fisioterapeutas e outros cuidadores profissionais quanto familiares. A ideia é que, com os novos gestos aprendidos, eles consigam manusear os pacientes com mais eficiência, o que reduz os danos osteomusculares.
"O método proporciona mais habilidade no manejo dos pacientes e reduz o temor de causar lesões, já que são utilizados gestuais amigáveis e ergonômicos", completa Dotte.
Um dos discípulos de Dotte, Max Abric, chegou ao Brasil no início da semana para ajudar a implementar, em São Paulo e no Rio de Janeiro, grupos de capacitação de cuidadores baseados no método Dotte.
"A técnica permite que uma só pessoa faça, sem tanto esforço, uma ação que exigiria a ajuda de mais alguém", exemplifica Flávio Pinheiro, fisioterapeuta da Pronep, empresa brasileira de assistência domiciliar que já ensina a técnica a instituições de saúde conveniadas e planeja um curso gratuito para familiares cuidadores no segundo semestre.
Pinheiro afirma que os exercícios são adequados ao perfil do paciente: se ele estiver consciente, pode participar da ação, ajudando nos movimentos. Para o fisioterapeuta, a vantagem do método é focar tanto no doente quanto no cuidador. "No dia a dia, as pessoas acabam dando um jeito: há quem use lençóis, puxe o braço do paciente, pegue pelo seu pescoço. Mas, como ele está frágil, esses puxões podem gerar luxações, por exemplo. E o cuidador pode ter tendinite ou lesão."
A técnica também é ensinada na França, na Espanha e na Austrália. Dotte não tem livros publicados no país, mas lançou um título em Portugal, "Gestos e Ativação para Pessoas Idosas", pela editora Lusa Ciência.

PALESTRA SOBRE O MÉTODO

Jornada Pronep: 27/3, das 9h15 às 10h30; r. Sena Madureira, 1.355,
São Paulo; preço do evento (outras palestras incluídas): R$ 350; tel. 0/xx/11/5087-3470.

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terça-feira, 24 de março de 2009

Tem futuro as Escolas de Artes Marciais?


Eu sei que este é um tema muito polêmico e espero que possa transmitir ele com clareza.

Depois da explosão do Judo, do Karate, do kung-Fu, do Taekwondo e logo do Aikido e o Jiu-Jitsu, cada um deles impulsionado por algum filme, ator ou noticia nos jornais.

Cada um deles tive sua década de "moda" e crescimento até seu substituído por outra novidade.

Deixaram, cada um deles, estruturas, professores, mestres e alunos organizados em escolas que após do ápice do crescimento, foram saindo da mídia e ficaram estagnadas quando não desapareceram de vez.

Nos últimos anos, não somente no Brasil senão em todo o mundo, as coisas ficaram assim:

1)Tem escolas que viraram somente esportes e ainda tem um pequeno espaço de crescimento pelas noticias esportivas na mídia mas quase perderam todas suas características de Artes Marciais sendo catalogadas como "lutas esportivas"

2)Tem grandes associações lideradas por mestres que tem trabalhado muito e conseguido sobreviver, quase sempre baseados em personalidades altamente carismáticas, além de seus conhecimentos técnicos e pedagógicos.

Esta última categoria somente é sustentável pelo fato de se desenvolver numa central com classes ditadas pelo mestre (o que atrai muita gente) e outras aulas quase sempre ministradas por os alunos mais jovens e graduados que oferecem seu trabalho em troca da experiência de "ministrar aulas na Central do mestre .... " sem cobrar nem representar cargas para a associação.

Isto permite juntar o chamariz do nome de um grande mestre, com estruturas grandes e perto das grandes cidades, junto com um amplo leque de horários e baixo custo.

Também existem os alunos que querem fazer sua própria experiência e abrem locais de treinamento fora da da central, eles com muito sofrimento e dificuldades geralmente ficam nos bairros da periferia, tem custos bem mais em conta e locais de treinamento não dedicados exclusivamente ao ensino da sua arte, senão compartilhados com outros (o típico caso das academias de musculação que tem Artes Marciais na sua grade de ofertas).

Nestes locais além de não contar com o carisma e nome do diretor, o instrutor tem que lidar com o dono da academia que geralmente quer retorno rápido (isto é muitos alunos) e vai exigir cadastramento no conselho de educação física, horários ruins e instalações que não prestam para o ensino complexo das Artes Marciais.

Tem milhares de razões para explicar por que estas opções não conseguem prosperar, mais ainda quando as organizações centrais pedem parte do pouco dinheiro juntado para organizar seminários com o mestre ou para pagar viagens dele e direitos de exame.

Dentro deste modelo é lógico que somente sobreviva o local Central, já que todo está direcionado para seu sucesso, inclusive em detrimento das sucursais.

Entre os instrutores que tentam difundir a sua Arte fora das estruturas centrais (ou dentro delas mas em horários alternativos e sem participação na administração do local) também existem outras categorias:

A) Os ambiciosos que desejam crescer de qualquer jeito, que geralmente vão trocando de mestres, organização e inclusive de Arte de acordo a suas necessidades.

B)Os "bem intencionados" cheios de boas idéias, sem outras ferramentas que uma enorme paixão pela sua atividade e que sustentam a estrutura central.

Sei perfeitamente que estou generalizando e que existem outras possibilidades mas para fazer uma análise da situação me vejo obrigado a excluir as exceções.

Acho que por tudo isto, é bastante difícil encontrar grupos que possam sobreviver vários anos, com os mesmos participantes.

Por isso geralmente os mestre é rodeado por jovens instrutores e os de idade media com mais experiência abandonam o treinamento.

Também a gente de fora termina percebendo com clareza que as Artes Marciais muitas vezes se fala uma coisa mas se faz outra:

Exemplos:

"Não existe a competição com outros, a verdadeira luta é dentro de você mesmo..."
Mas nos jornais vemos constantemente notícias de "Torneios de Artes Marciais e lutas" com a participação ativa ou passiva de muitas escolas que promoveram frases como a acima escrita.

"O dinheiro não é importante"
Mas deixe de pagar 1 ou 2 mensalidades e está fora, e para fazer um exame tem que pagar e para treinar precisa de roupas, escudos, armas, etc. etc.

"A humildade é o mais importante"
Mas muitos instrutores passam falando que sua Arte é muito melhor que a outra assim como sua escola tem muito melhor técnica, etc. etc...

"Harmonia e união"
Mas qualquer escola quando tem mas de 20 alunos e 2 professores sofre de partições e já aparecem dois ou três novos estilos cada um deles falando que é o mais eficiente, o mais real e melhor que os outros.......

Então, a gente de fora não é tão ingênua assim, se os que treinam durante anos estes sistemas, são assim, evidentemente estes métodos não servem para desenvolver o que eles prometem....

Existe ainda uma outra categoria de grupos onde todos rodeiam ao superior de uma aura mágica e mística, onde nada se comprova nem se discute, onde o superior é uma espécie de semi-deus estas estruturas tendem a perder a técnica e os objetivos e terminam sendo simples ferramentas de auto-promoção de seus lideres.

Na outra ponta da linha, os projetos sociais que geralmente são direcionados para as comunidades carentes, onde o professor ministra aulas de graça (ou quase) e os alunos tem roupas e outras despesas bancadas por empresas ou políticos que colocam parte do seu dinheiro em troca de publicidade.

Quase sempre terminam em um ou dois anos, seja por que o instrutor fica cansado ou por falta de interesse dos alunos, coisa que geralmente ocorre quando tudo é oferecido de graça, sem nenhum compromisso formal.

Bom, até aqui uma visão pessimista da situação atual, mas que permite analisar o que se pode observar na realidade.

Mas, depois de este análise, pode que exista alguma outra razão formal para a endêmica falta de interesse a logo prazo sofrida pelas escolas de Artes Marciais?

Pode que exista também uma razão social?

A sociedade da internet quer tudo JÁ e de graça.....

A psicoanálise por exemplo já sofreu de esta tendência onde os pacientes não querem se comprometer em tratamentos longos, caros e que requerem que o paciente se comprometa fortemente....

Todos sabem que para solucionar grandes problemas se requerem grandes esforços, mas aparecem constantemente tanta publicidade de terapias rápidas, mágicas, baratas e sem esforço, que quase ninguém quer suportar o esforço para conseguir suas metas.

No caso das indústrias do entretenimento e música isto já ficou bem claro...

Hoje os músicos não tem ganhos pela venda de sus CD´s através das companhias senão através de suas apresentações em direto e em shows.
As músicas podem ser até baixadas de graça na internet.

Será que as Artes Marciais (e o ensino de Artes no geral) também vão seguir um modelo assim?

Hoje quase tudo ser obtido na internet, textos, opiniões, técnicas, análises além dos endereços e características de cada escola.

O único que não pode ser obtido assim é a experiência, não seria lógico que os mestres ou professores realizem seminários e palestras com participação oferecendo para o aluno uma experiência real do que se pode obter na Arte?

Com objetivos claros e humildes mas com possibilidade de ser atingidos numa única experiência.

A gente que somente estivesse procurando por uma experiência ficará satisfeita e a gente que quisesse aprofundar nestes conhecimentos vai se matricular numa escola formal, que ainda continuará a existir mas somente para os que realmente desejem fazer esforços para apreender.

Ou seja, uma mistura de informação obtida na internet, com experiência real repassada de pessoa a pessoa onde muitos dos participantes vão colaborar com novas idéias nascidas da sua experiência, outros partiram para o ensino formal e outros simplesmente decidiram não continuar.

É um outro modelo, ainda não definido, mas que tenta se adaptar à realidade.

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segunda-feira, 16 de março de 2009

Arte Marcial para Defesa Pessoal ?

A pergunta certa é:

Treinando alguma Arte Marcial podemos ter 100% de certeza de agir da melhor forma possível no caso de ser atacados o tentar defender um outro numa situação de violência?

A resposta é: Não

Por que?

Quase não existe 100% de certeza em nenhuma atividade humana.

Podemos estar mais ou menos treinados para algumas situações, mas nunca para todas elas.

Podemos estar 90% seguros de nossa capacidade de resposta ante uma situação inesperada, mas se o 10% restante, nos estressa constantemente, provavelmente essa angustia seja muito mais perigosa para nossa saúde física e mental, que a probabilidade, remota, de nos deparar com uma situação violenta nos moldes das que sabemos resolver.

Mas, o treinamento regular de qualquer Arte Marcial seriamente, pode nos trazer soluções onde menos são esperadas.

Vou contar uma experiência pessoal que para mim, explica melhor o tema que milhares de palavras que tentem explicar isto intelectualmente.

Quando tinha aproximadamente 25 anos e com mais de 10 anos de treinamento em Karate e 5 em Aikido, ainda solteiro, viajava um Sábado na noite, da minha moradia suburbana, para o centro da cidade.


Para chegar lá, precisava pegar um ônibus e logo o trem.

Caminhava de frente para a estação do trem, sozinho pela rua, perpendicularmente a estação que também estava quase vazia, somente tinha uma pessoa de sexo masculino esperando trem para o lado contrario ao centro.

E justo apareceu o trem no sentido bairro (contrario ao centro), não desceu nenhum passageiro, e o trem continuou seu percurso.

Enquanto isso eu, estava fortemente necessitado de urinar e sabia que o banheiro público estava somente no lado dos trens centro-bairro (que de fato era o lado que ficava mais perto de mim).

Me sentia desesperado, pensando que não chegaria ao banheiro, mas ainda assim, senti que "alguma coisa não estava certa" em toda a situação e escolhi caminhar mais 100 metros, me desviando da direção que originalmente tinha, para usar o banheiro de uma lanchonete na avenida.

Depois de satisfazer minha urgência, voltei tranqüilamente para a estação (os trens somente passavam cada 40 minutos e ainda tinha tempo...) comprei minha passagem e fiquei olhando para o lado de frente onde estava a plataforma para os trens centro-bairro ...

Ainda me incomodava o fato, de ter caminhado quase 100 metros demais, somente por um "impulso" sem muitas razões lógicas.

O cara que tinha visto, ainda continuava na plataforma, sozinho...

E chegou um outro trem no sentido centro-bairro.

Dele desceu um cara jovem, também sozinho, que caminhando rapidamente, entro no banheiro da plataforma, atrás dele entrou também o cara que esperava desde antes.

Passaram mais de 5 minutos e ninguém saía do banheiro (o qual é bastante extranho num banheiro publico masculino) e decidi, por curiosidade, comentar isso com o cara que vendia as passagens do trem.

Ele, rapidamente, ligou para a policia e me comentou que isso era muito comum nas ultimas noites:

Um cara estava dentro do banheiro com uma arma, e outro fora, quando o trem deixava um passageiro e ele entrava no banheiro, o cara de fora também entrava e entre os dois atacavam e seguravam ao outro, roubando seus pertences e exigindo dele que não deixasse o local até que o trem próximo deixasse a plataforma.

Eles esperavam, esse trem chegar, subiam nele e repetiam toda a ação noutra estação.

Eu tinha me salvado por muito pouco....

Mas, qual foi a "mágica" que falou para meu instinto, que inclusive com a urgência quase desesperada de usar o banheiro me fez caminhar mais 100 metros, sem nenhuma razão lógica?

Sem nenhuma razão lógica?

Não tão assim.....

Por que o cara que esperava o trem, não pegou ele, estando sozinho, sem aspecto de esperar por ninguém e sabendo que nas noites a freqüência era tão ruim?

Existia uma lógica, para não passar perto dele, embora não fosse detectada diretamente pela minha consciência, alguma coisa me alertou que "algo não estava certo" e me fez agir contrariando minha necessidade mais imediata (ir ao banheiro mais próximo).

Sempre achei que esse tipo de "confiança no instinto", de acreditar nele, inclusive sem muita lógica, foi desenvolvido em anos de treinamento marcial, tentando "ler" o comportamento de meu adversário no treinamento de técnico nas aulas.

Percebi com clareza, que mais que saber-me defender o importante era apurar esses instintos, para "não estar no lugar onde podem aparecer os problemas" e se era inevitável, pelo menos estar preparado.

O seja: Eu nunca treinei Artes Marciais, para desenvolver a minha segurança pessoal somente, treinava por muitas outras coisas, sendo a principal delas que realmente "gostava muito de treinar".

Mas o investimento de anos e anos de treinamento, trouxe uma "conseqüência colateral inesperada" que, chegado o momento me ajudou a preservar minha integridade física, e nem sequer tendo que lutar!!

A conclusão e que sim, as Artes Marciais podem servir para a defesa pessoal, mas pegando estradas bastante tortuosas, quase nunca no sentido que nossos esperávamos e somente depois de anos e anos de treinamento, sem uma garantia de 100% de efetividade.

Mas, em meu casso, não somente foi bom, senão que me deixo uma clara resposta à essa pergunta que quase todos os Artistas Marciais sempre tentam responder, no que faz respeito a efetividade de seu treinamento.


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quinta-feira, 12 de março de 2009

Que são as Artes Marciais?


Quando nos referimos às "Artes Marciais" (pelo menos neste site) estaremos falando de sistemas de treinamento físico e mental que visam modificar nossa personalidade de um modo tal que nossa mente e nosso corpo consigam agir em concordância, unificados na busca de um objetivo.

Estas Artes, podem ser baseadas em sistemas religiosos, de treinamento em lutas ou meditação.

Podem ter suas raízes na Grécia, na China, no Japão, Índia, Brasil, Espanha, Itália, EEUU ou em qualquer lugar do mundo.

Podem estar fixas no passado ou evoluindo bem longe de seus origens.

Podem ser baseadas na figura do antigo mestre chinês, do samurai do Japão ou em heróis bem ocidentais como "O mestre de esgrima" do escritor espanhol Arturo Pérez-Reverte, ou a história da França do "Cyrano de Bergerac".

Em todos os casos, são sistemas de treinamento, baseados em regras de conduta e moral que vão além das estratégias nos campos de batalha, para se propor como completo "jeitos de viver".

Temos a costume de somente catalogar como Artes Marciais às que tem suas raízes no oriente com seus códigos de comportamento registrados em livros como o Bushido e o Hagakure de Japão ou "A Arte da Guerra" da China.

Mas os fatos, descobertos pelos antigos guerreiros do oriente, não são muito diferentes dos descobertos por outros guerreiros nos países do ocidente e também registrados como os códigos dos cavaleiros.

No filme "O último Samurai" do ano 2003 fica bem claro como os valores profundos são igualmente reconhecidos e apreciados entre um tradicional samurai do japão e um capitão do exercito americano, muito além das diferentes costumes que cada um deles tem por pertencer a culturas tão diferentes.

A valentia, a honra e o enfrentar a morte de cabeça erguida não são virtudes exclusivas do oriente, assim como a eficácia, o planejamento e a busca do triunfo não são exclusivas dos ocidentais.

Esses "reconhecimentos de iguais" além das camadas externas também pode ser apreciado no filme Amadeus de Milos Forman do ano 1984.
Nele dois ocidentais, pelos finais do 1700, de camadas culturais e sociais bem diferentes se reconhecem no fato que os une: a qualidade e o amor pela musica.

No livro "O Zen na Arte do tiro com arco" também é retratado o descobrimento de "tudo o que tem por trás das Artes Marciais e o Zen" por parte de um típico cidadão ocidental moderno.

Faz muito tempo, um colega de treinamentos me falou que ele não treinava Artes Marciais para ganhar uma briga de rua qualquer, senão para poder manter a calma na suposta situação de estar num avião onde o piloto informara que "a máquina está com problemas".

Os antigos guerreiros perceberam com clareza que para poder ser vitoriosos em situações onde perder significa morrer, deviam poder enfrentar até a morte sem ficar nervosos, assustados ou agitados.

A tranqüilidade para viver a vida, sabendo que ela não é para sempre, e sem negar a existência dos problemas é um "efeito colateral" que desenvolveram alguns antigos guerreiros.

Com o passar do tempo essa "visão" da vida, foi considerada tão importante quanto as estratégias de luta propriamente ditas.

Esse "reconhecer a morte" para saber viver a vida foi a conseqüência, não procurada diretamente, dos sistemas que visavam treinar guerreiros altamente capacitados.

Hoje em dia, não lutamos mas "corpo-a-corpo" e é muito mais provável morrer por complicações decorrentes do estresse que numa batalha ou guerra.

Inclusive no Japão mesmo as antigas Artes de Luta (Jutsu) foram modificadas, revigoradas e exportadas para ocidente como sistemas educativos (Do), assim o Ju-Jutsu se transformou, por exemplo, em JuDo.

O conhecimento, treinamento e educação da personalidade através de sistemas de estratégia, treinamento físico e mental e respeito a valores profundos são os chamados "efeitos colaterais" tão valiosos hoje, como o foram no passado.

O conjunto destes métodos, estudos, escolas são o que chamamos neste site de Artes Marciais.






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